Coffee tables, ou, em bom português, mesinhas de café ou de centro. Comuns em diversos ambientes de trabalho e recepção de clientes, não são apenas um elemento básico na mobília. Tudo depende da atenção que se dá a esse cantinho do escritório. As mesinhas costumam estar no ambiente onde o cliente trava seu primeiro contato com o estabelecimento: a sala de espera. Decoração e comodidade são notadas de imediato, assim como os livros expostos. Podem ser lindos e inteligentes; repletos de figuras, imagens e conteúdo inspirador, capaz de dar personalidade ao escritório.
Para Sig Bergamin, arquiteto e decorador, um livro é um artigo fundamental. “É fonte de inspiração, conhecimento e lazer. É importante saber o que queremos ler, o que vamos consumir”, afirma. A escolha do que “oferecer” não é diferente e também pede uma curadoria atenciosa.
Bergamin aprecia a escolha de livros de arte, em seu conceito mais amplo: arquitetura, design, moda, fotografia, viagens, gastronomia e LifeStyle. O decorador acredita que obras com essa temática sejam neutras, evitem polêmicas e agradem a mais pessoas. “São temas que despertam curiosidade, fascínio e admiração.”
O arquiteto João Armentano pensa parecido. Para ele, os bons acompanhantes da mesinha de café são livros que despertam interesse e curiosidade. “Gosto e recomendo livros instigantes; arquitetos que admiro, fotografias inspiradoras, livros de design de mobiliário e grandes histórias de vida.” Para os decoradores, ter títulos assim na sala de espera de ambientes comerciais é fundamental. “Passa todo tipo de pessoa ali e esses assuntos se conectam com todo mundo”, reforça Bergamin.
Conexão. Uma palavra-chave para os livros, como bem sabe Márcio Kogan. “Gosto de histórias relacionadas com o mundo real. Já fui viciado em autobiografias”, diz o arquiteto paulista, que também gosta de livros de arte.
1 – “Valentino”, de Valentino Garavani, editora Assouline
O livro indicado por Sig Bergamin é um convite para a vida do estilista Valentino Garavani. Há fotos de sua coleção de objetos de mesa e de arte, abrigados em cinco residências (Gstaad, Londres, Roma, Nova York e Paris, bem como em seu iate). As fotografias são de Oberto Gili. As receitas dos chefs pessoais de Garavani também estão incluídas.
2 – “Ai Weiwei Entrevistado por Hans Ulrich Obrist”, de Hans Ulrich Obrist, editora Cobogó
Márcio Kogan indica um livro que adorou ganhar de presente, em que o artista Ai Weiwei discute diversos aspectos de sua vida artística e de sua obra com o curador suíço Hans Ulrich Obrist. Na obra, são apresentados temas como arquitetura, natureza, filosofia, cerâmica, e até as influências que alimentam seu trabalho.
3 – “Ibiza Bohemia”, de Maya Boyd; de Renu Kashyap, editora Assouline
Clássico das mesinhas de café, “Ibiza Bohemia” é um livro desenhado para ser, por si só, um objeto de decoração. A obra, uma das recomendações de Sig Bergamin, tem um conceito hippie-chic, reunindo fotos desde a vida noturna até os retiros pacíficos de ioga, mostrando a vida de forma autêntica.